Gilberto Elkis buscou inspiração nas vilas italianas para criar este jardim que combina elementos mediterrâneos e modernos

– Por Laura Neaime | Projeto Gilberto Elkis

As referências à Toscana, na Itália, estão por toda parte: nas paredes terracota da casa, nas estruturas que compõem a decoração externa – caso da fonte de granito rústico – e, acima de tudo, nos canteiros do jardim onde crescem espécies mediterrâneas como o cipreste-italiano (Cupressus sempervirens ‘Stricta Group’) (1) e a oliveira (Olea europaea) (2). As floríferas – um pedido dos proprietários – também marcam presença, ora bordando estruturas, ora encobrindo-as.

A oliveira e o cipreste-italiano, ambos de origem mediterrânea, são algumas das espécies de destaque deste jardim toscano

O estilo importado da Itália, porém, não é o único no jardim elaborado pelo paisagista Gilberto Elkis. Para dar um ar mais contemporâneo ao projeto, o profissional recorreu a elementos modernos, como uma piscina com borda infinita em todas as laterais, instalada nos fundos do terreno.

ENTRE FLORES E VASOS

As boas-vindas a quem visita o jardim são dadas pela fonte de estilo toscano, disposta na frente da casa. A peça, que parece de antiquário, foi feita sob encomenda com granito rústico. As bicas fixadas em uma coluna despejam água no espelho d’água de 2,60 m de diâmetro e garantem um barulhinho relaxante. Para integrar a estrutura ao paisagismo, Gilberto Elkis plantou perto dela uma oliveira (2) e bordou o espelho d’água com minirrosas (Rosa hybrid) (3).

As floríferas também chamam a atenção em outras áreas do jardim. As exuberantes primaveras (Bougainvillea spectabilis) nas cores rosa (4) e vermelho (5), por exemplo, ornamentam o alambrado que delimita o terreno e o caramanchão próximo a uma das varandas da casa.

O paisagismo em vasos – uma característica marcante dos jardins toscanos – também aparece no espaço com o intuito de recriar a atmosfera das vilas italianas. Elkis explica que “o estilo toscano é um mix de vegetação em solo e em vasos” e que a técnica permite a inclusão de plantas em áreas construídas. poiados em uma ancada de pedra com 40 cm de altura, recipientes com hortelã (Mentha spicata) (6) e pimenta (Capsicum annuum) (7), entre outros temperos e ervas, compõem uma charmosa horta. Perto dali, vasos com lavanda (Lavandula dentata) (8) complementam o cenário mediterrâneo.

UM TOQUE DE CONTEMPORANEIDADE

A piscina de linhas retas revestida por pedra hijaú causa impacto no jardim. Com 18 m x 6 m, ela foi projetada com as bordas infinitas 40 cm acima do nível do solo, o que imprime contemporaneidade ao projeto. A prainha é outro diferencial da estrutura. Para o solário a opção foi pelo mármore travertino bruto, cuja cor clara dá a sensação de que o ambiente é mais amplo e ameniza o calor.

Em um dos extremos da piscina, Gilberto Elkis brincou com a volumetria de espécies como o capim-do-Texas (Pennisetum setaceum(9) e a murta (Murraya paniculata) (10), usada para compor um renque. O pano de fundo da composição é o conjunto de flamboyants (Delonix regia(11) que já estavam no terreno. Nas laterais, o profissional optou por canteiros clássicos e simétricos, como os compostos por minirrosas (3) bordadas por buxinhos topiados (Buxus sempervirens(12).

O resultado dessa fusão de técnicas e estilos é um jardim que ora acolhe os visitantes com suas referências toscanas, ora surpreende com combinações modernas.

Elevada em relação ao solo, a piscina conta com borda infinita e canaleta para coletar a água que transborda