– Por Carol Costa
“E quantas vezes por semana eu rego?” Depois de seis meses gravando o programa Mais Cor, Por Favor, do GNT, eu já tinha criado uma resposta perfeita para essa pergunta: use o dedômetro! Não importava se o jardim era grande ou pequeno, se a família morava em casa ou apartamento, se o paisagismo incluía plantas suspensas ou no chão, a primeira dúvida seria sempre sobre rega.
Dava para ver na cara das pessoas um misto de alegria e pânico quando vinham falar comigo sobre como manter o jardim. Um medinho super compreensível, aliás. Afinal, não é todo dia que você acorda com a casa pelada de plantas e vai dormir com uma selva recém-instalada.
Pois é, começar um jardim do zero exige coragem e disposição. Aos poucos, a gente vai criando um olhar para o sutil, o pequeno, o discreto, entendendo melhor as sinalizações que as plantas dão – mas até que isso aconteça, é um perrengue danado! Pra se ter uma ideia, pouca gente entende o que é sombra na jardinagem. A maioria não observa a incidência de luz solar onde pretende colocar a planta e acaba tendo problemas depois. Daí, eu pensei em dividir aqui com vocês um pouquinho do que aprendi nas filmagens, um tico das angústias dos moradores e, claro, aquelas dicas ninja que vão socorrer o jardineiro iniciante que há dentro de você.
1. Dedômetro, a ferramenta “amiga”
Se você pendura suas próprias roupas no varal já sabe um truque importante de jardinagem. Para saber se as roupas estão secas, você toca as peças com as mãos, certo? Use a mesma técnica para descobrir quando regar um vaso, canteiro ou floreira. Toque o substrato superficialmente com as pontas dos dedos – não precisa cavar fundo, não. Se a terra estiver seca, coloque água, se estiver úmida, deixe a rega para outro dia. Isso funciona para a maioria das plantas, inclusive para aquela horta que você tanto deseja ou para as orquídeas – que parecem mais difíceis de cuidar do que de fato são.
2. Sombra não é breu
Muita gente já ouviu falar que existem três tipos de iluminação na jardinagem – sol, meia-sombra e sombra –, mas leva um baile na hora interpretar a incidência solar nos ambientes da casa. Para não errar, faça o teste da bula de remédio. Durante o dia, pegue uma bula e posicione exatamente onde pretende colocar uma planta – não vale acender a lâmpada. Se o vaso for ficar no chão, agache-se. Se as plantas forem ficar suspensas, suba em uma escada. Agora, tente ler a bula. Consegue fazer isso com facilidade? Provavelmente é um ambiente de meia-sombra. A luz é tão forte que o branco do papel arde nos olhos? Então você está num local de sol – depois, cheque se bate sol o dia todo ou só meio período. Agora, se for preciso acender uma luz artificial para ler, o ambiente é escuro demais para plantas – é melhor usar um arranjo floral.
3. Primeiro a planta, depois os móveis
Está pensando em reformar ou reorganizar os móveis num cômodo? Primeiro posicione as plantas. Não é que eu queira puxar sardinha pro meu lado, não, mas usar um serzinho vivo para “tapar” o buraco que sobrou na decoração nem sempre é uma boa ideia – ainda mais se esse lugar vazio for justamente o canto mais longe da janela – #acontecedireto. Uma dica esperta para usar em casa ou apartamento é deixar os vasos a no máximo três metros de distância da luz natural. Não tem erro!
4. Rega abundante, mas parcelada
Se eu pudesse escolher um único segredo de jardinagem, esse seria o candidato. Presta atenção: é melhor regar bastantão, poucas vezes na semana, do que regar um tico todo dia. Para ter certeza absoluta de que o vaso matou a sede, coloque água, espere uns minutos, coloque mais, dê mais uns minutos. Faça isso até ela começar a vazar por baixo. Vai fazer uma sujeirinha enquanto você não pegar a prática, mas não é nada que um prato ou pano esperto não resolva. Quando a gente rega pouquinho, a água acaba mal distribuída na superfície, obrigando as raízes a crescerem para cima, em vez de irem para baixo, como deveriam. Daí, no primeiro dia mais seco, baubau…
5. Perto dos olhos, perto do coração
Pode ficar linda na foto, mas aquela prateleira láááá no alto, acima do batente da porta, não é o melhor lugar para colocar vasos de plantas. Vai prender cachepôs em suportes suspensos? Ajuste-os para não ultrapassarem seu campo de visão. Planta muito no alto – e também muito baixo – acaba morrendo por falta de cuidados. É aquele velho ditado: longe dos olhos, longe do coração. Certeza que você vai acabar esquecendo de regar!
6. Tem uma planta que é o seu número
Todo mundo merece encontrar a sua cara-metade, a tampa da sua panela. Com as plantas não é diferente: há sempre uma perfeitamente desenhada para morar na sua casa. Então, se a lavanda não está bonita no calor do seu lar no Rio de Janeiro, se o coqueiro se nega a dar frutos em Blumenau, para que insistir? Bora encontrar uma planta que faça você feliz com muito menos trabalho, né?