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Indicada para jardinistas iniciantes, o áloe-candelabro é muito ornamental e não requer cuidados complicados

POR CHRISTIANE FENYÖ | FOTOS VALERIO ROMAHN

Ele é fácil de cultivar, se adapta bem a quase todos os tipos de solo, apresenta belas flores e não requer manutenção complicada – você pode até esquecer de regar que ele não morre. Tantos atributos fazem do áloe-candelabro (Aloe arborescens) uma planta perfeita para quem está estreando na jardinagem. Tanto que, das mais de 130 espécies do gênero Aloe, ele é o mais encontrado em jardins mundo afora.

Seu nome científico Aloe vem do árabe alloeh e do hebraico allal, que significam “substância amarga” e “brilhante”, uma referência à seiva presente no interior de suas folhas. Já arborescens não parece ter uma tradução muito lógica, pois significa “em forma de árvore”, em grego. Apesar de a planta apresentar caule central, sua aparência em nada lembra uma árvore.

Nativo da África do Sul, o áloe-candelabro mede entre 1 m e 3 m de altura e apresenta folhas verde-azuladas dispostas em forma de roseta. Elas são longas, estreitas, robustas e apresentam espinhos cartilaginosos nas margens. Quando cortadas, revelam uma seiva transparente que é usada em tratamentos caseiros para queimaduras, picadas de insetos e até mesmo para hidratar cabelos. Já as flores tubulares e vermelhas surgem no inverno, no topo de uma haste, e são atrativas para os beija-flores.

No jardim, o áloe-candelabro é muito usado na formação de maciços densos, em conjuntos com outras plantas e em renques. “Ele fica bem no centro do jardim ou cobrindo muros baixos, de até 1,5 m de altura”, diz o cultivador Rogelio Raimundo Dosouto. É indicado principalmente para jardins rochosos, em composições com cactos e suculentas, mas também pode ser usado para formar cercas vivas defensivas, como acontece em algumas regiões da África do Sul, onde as famílias cercam seus currais com a planta.

No Oriente, a espécie é cultivada em jardins domésticos e usada nos primeiros-socorros de queimaduras e abrasões. Na Segunda Guerra Mundial virou, inclusive, medicamento para tratar as queimaduras por radiação das vítimas da bomba de Hiroshima.

ÁLOE-CANDELABRO X BABOSA

Muita gente confunde o áloe-candelabro (Aloe arborescens) com a babosa (Aloe vera). Isso porque, além de apresentarem propriedades medicinais semelhantes e de pertencerem ao mesmo gênero, em algumas regiões as duas plantas levam o nome popular de babosa. Mas é fácil diferenciá-las: enquanto o Aloe arborescens nasce em torno de um pequeno tronco e produz inflorescências vermelhas, o Aloe vera nasce em forma de tufos e produz inflorescências amarelas.

O áloe-candelabro é muito cultivado em jardins e usado em receitas medicinais caseiras. Já o Aloe vera é usado pela indústria de cosméticos na fabricação de xampus, condicionadores, máscaras, cremes e loções bronzeadoras.

COMO CULTIVAR

Por ser uma planta rústica, o áloe-candelabro não requer grandes cuidados. Típico de clima subtropical árido, mas tolerante ao tropical, gosta de solo arenoso e drenado, de sol pleno e se desenvolve em quase todo o território brasileiro. “Só não deve ser plantado em terrenos muito úmidos ou em locais onde ocorra geada forte”, diz Desouto.

Ele não precisa de substratos especiais no plantio, nem de adubo ao longo de seu desenvolvimento. Porém, para deixar a planta mais vistosa, a dica do cultivador é, a cada seis meses, aplicar NPK 10-10-10, torta de mamona ou esterco seco. A exigência em relação às regas também é mínima. “No Sudeste não é preciso regar. No Nordeste,
uma rega semanal é mais que suficiente”, explica o cultivador de cactos e suculentas Gerardus Olsthoorn. As podas também são dispensáveis. Rogelio Raimundo Desouto recomenda apenas cortar os galhos da base quando a touceira estiver muito grande, o que acontece após três anos. Sobre a propagação da espécie, existem três formas diferentes: por mudas que surgem ao redor da planta-mãe, por estaquia das folhas e por sementes.

ÁLOE-CANDELABRO EM DETALHES

  • Nome científico: Aloe arborescens
  • Nomes populares: áloe-candelabro, áloe e babosa
  • Família: asfodeláceas
  • Origem: África do Sul
  • Características: arbusto de crescimento lento, muito ramificado e semilenhoso
  • Flores: tubulares e vermelhas, muito visitadas por beija-flores
  • Folhas: longas, estreitas, robustas e providas de espinhos cartilaginosos nas bordas. Nascem em forma de roseta e despontam no ápice dos ramos
  • Porte: 1 m a 3 m
  • Luz: sol pleno
  • Solo: arenoso, acrescido de matéria orgânica
  • Clima: subtropical árido, tolerante a tropical
  • Podas: corte dos galhos laterais quando a touceira estiver muito grande
  • Propagação: por sementes, estaquia de folhas e por mudas que nascem ao redor da planta-mãe

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