TEXTO: Edilson Giacon (Ciprest Mudas)

É possível fazer cerca viva de frutíferas no jardim. E ainda fica muito linda!

Ameixa-africana (Carissa macrocarpa)

Basta cultivar espécies pequenas ou anãs, que devem ser plantadas distantes 1 metro uma da outra, para formar maciços fechados. Ou 50 cm separadas entre si, para formar uma cerca viva. A grande vantagem é que frutificam muito e aceitam bem podas, podendo ser mantidas sempre baixas. Escolhi algumas delas, que você provavelmente nunca ouviu falar, mas que são bem bacanas. E o melhor: boa parte é nativa.

Um dos exemplos é a Calicarpa-anã (Callicarpa americana), nativa dos EUA, essa frutífera cresce bem em qualquer região do Brasil. O que mais chama a atenção são seus lindos frutos de um tom roxo intenso. Vai bem tanto em meia-sombra, quanto sol pleno e atinge no máximo 2 metros de altura. Frutifica de janeiro a março.

Framboesa-silvestre (Rubus rosifolius)

A framboesa-silvestre (Rubus rosifolius) produz frutos várias vezes ao ano, com maior intensidade de junho a outubro. Cresce sob sol pleno e atinge no máximo 1 metro de altura.

Pitanga-anã-do-cerrado (Eugenia pitanga)

Pitanga-anã-do-cerrado (Eugenia pitanga), nativa do cerrado brasileiro, não ultrapassa 1,5 m de altura. A espécie ainda é rara, mas de grande valor ornamental. Gosta de sol pleno e frutifica de setembro a dezembro.

Ameixa-africana (Carissa macrocarpa), nativa da África do Sul, ela ainda é pouco conhecida no Brasil, apesar de crescer muito bem por aqui sob meia sombra ou sol pleno. Atinge no máximo 4 metros e, como tem espinhos, é ótima como cerca viva defensiva. Suas flores são perfumadas e os frutos nascem de dezembro a março.

Frutos e flores da Ameixa-africana (Carissa macrocarpa)
Amora-sarça (Rubus fruticosus)

Amora-sarça (Rubus fruticosus), também conhecida como blackberry, essa frutífera americana produz muito bem no Brasil. O ideal é plantá-la sob sol peno, próxima a um suporte, para escorar seus ramos. Tem muitos espinhos, por isso, é ótima para formar uma divisória intransponível.

OUTRAS MINI FRUTÍFERAS QUE VOCÊ TAMBÉM PODE CONSIDERAR:
Pixirica ou Mirtilo-amazônico (Clidemia hirta);
Melão-andino (Solanum muricatum);
Cereja-anã-do-Cerrado-vermelha (Eugenia calycina);
Murta-do-Cerrado (Eugenia punicifolia);
Guabiroba-do-campo (Campomanesia adamantium);
Mini-Cereja (Eugenia matosi)

E que tal frutíferas para dividir com os pássaros?

Ilustração KEEP GOING/Shutterstock

Se a Natureza é generosa com você, nada mais justo ser generosa com ela também e dividir as suas frutíferas com os pássaros da região. Nesta seleção de frutíferas que fiz para o paisagismo ou para vasos, tomei o cuidado de só incluir as que são apreciadas pelos pássaros e também por humanos. O certo é que, na época da frutificação, vai ser uma festa no seu jardim.

Ameixa do Governador – (Flacourtia Indica)
Frutífera de médio porte, folhagem ornamental, frutos doces e muito suculentos.

Ameixa-do-governador (Flacourtia indica) árvore de pequeno porte, não passa de 5 metros de altura. Nativa da África e da Ásia, produz pequenos frutos de sabor doce com leve acidez. Vai bem tanto no jardim, quanto em vasos e frutifica de outubro até fevereiro.

Alegria-dos-pássaros (Elaeagnus umbellata)

Alegria-dos-pássaros (Elaeagnus umbellata), como o próprio nome já diz, quando essa arvoreta frutifica, é uma festa de pássaros. Nativa da Ásia, é de fácil cultivo e vai bem até em vasos. Os frutos surgem de janeiro a setembro.

Abieiro (Pouteria caimito)

Abieiro (Pouteria caimito), árvore de médio porte, nativa do Brasil, dá frutos bem saborosos. São muito apreciados por diversos tipos de pássaros. Frutifica de abril a julho.

Foto Job Narinnate/Shutterstock
Araçazeiro (Psidium spp.)

Araçazeiro (Psidium spp.), frutífera de pequeno porte, não passa de 3 metros de altura. É nativa principalmente das restingas litorâneas do Brasil e frutifica em grande quantidade. Sua polpa
suculenta é de sabor doce. Produz de janeiro a março.

O ESPECIALISTA

EDILSON GIACON tem mais de 40 anos de experiência na produção de espécies ornamentais, frutíferas, nativas e plantas em risco de extinção. É proprietário da Ciprest Mudas e Plantas.