A herbácea orelha-de-lebre combina textura sedosa e tons prateados. O resultado é muito ornamental

POR JANETE TIR | FOTOS VALERIO ROMAHN

Folhas acinzentadas, recobertas por lanugem – um tipo de pelo – e de formato elíptico fazem da Stachys byzantina uma planta tão “fofa” que renderam a ela o nome de orelha-de-lebre.

Nativa do Oriente Médio, mais precisamente da Turquia e do Irã, essa curiosa herbácea atinge entre 20 cm e 40 cm de altura e floresce no verão. Apresenta pequenas flores roxas ou rosa que surgem em inflorescências espigadas no alto de uma haste central. A designação científica Stachys byzantina é uma referência a essas duas características. A palavra grega Stachys significa “espiga de grãos”, uma alusão às flores da planta. Já byzantina refere-se ao antigo império sediado na Turquia, a região de origem da espécie.

“No jardim, a orelha-de-lebre pode ser cultivada como bordadura, maciço ou forração de espécies de grande porte. Mas precisa receber, no mínimo, quatro horas de sol por dia”, diz o paisagista Toni Backes. Também é ótima para jardins de casas com crianças pois, além de ser agradável ao toque, é comestível.

As folhas espessas e cobertas por lanugem são marcantes na orelha-de-lebre

Como cultivar

A orelha-de-lebre não exige muitos cuidados. Típica de clima temperado, suporta geada, mas não pode ser cultivada em regiões de clima quente como, por exemplo, o tropical.

O solo deve ser bem drenado e fértil. Toni Backes indica um substrato à base de partes iguais de terra vegetal, esterco de curral bem curtido e areia. A cada dois meses, esse preparado deve receber 500 g de húmus de minhoca por m², para repor os nutrientes e garantir que o solo não encharque.

As regas requerem moderação pois as raízes da planta são suscetíveis a fungos. Uma vez a cada três dias, com pouca água, é o suficiente. Além disso, deve-se ter o cuidado de não molhar as folhas. Por fim, para a planta não gastar energia à toa, procure retirar as folhas secas e mal formadas.

A orelha-de-lebre se alastra facilmente pelo canteiro por meio de brotações laterais. Assim, para multiplicá-la, basta separar uma muda com raízes. Com esses cuidados, a planta sempre estará presente em seus canteiros, para alegrar o jardim e render pratos saborosos.

As folhas são agradáveis ao toque e podem ser comidas

Orelha-de-lebre empanada

Ingredientes:

  • Folhas de orelha-de-lebre
  • Farinha de trigo
  • Farinha de rosca
  • Ovos
  • Sal e pimenta do reino

Preparo: Lave bem as folhas de orelha-de-lebre. Tempere a farinha de trigo com sal e pimenta-do-reino do reino a gosto. Bata os ovos até que a mistura fique homogênea. Passe as folhas secas na farinha temperada, em seguida no ovo batido e, por fim, na farinha de rosca. Deixe na geladeira por duas horas e frite em óleo quente.

Orelha-de-lebre em detalhes

  • Nome científico: Stachys byzantina
  • Família: labiadas
  • Nomes populares: orelha-de-lebre, orelha-de-cordeiro, lambarizinho, peixe-frito e sálvia-peluda
  • Origem: Oriente Médio, em especial Turquia e Irã
  • Características: erva perene e densa, ideal para compor maciços ou bordar canteiros
  • Porte: de 20 cm a 40 cm
  • Flores: pequenas, rosa ou roxas, reunidas em inflorescências espigadas que surgem no alto de uma haste central
  • Folhas: em formato elíptico, com 10 cm de comprimento por 2,5 cm de largura, coberta por lanugem branca
  • Plantio: em substrato preparado com partes iguais de terra vegetal, esterco de curral e areia
  • Adubação: bimestral, com 500 g de húmus de minhoca
  • Luz: sol pleno ou meia-sombra
  • Solo: rico em matéria orgânica
  • Clima: temperado, tolerante a subtropical
  • Regas: a cada três dias, com pouca água, sem molhar as folhas
  • Propagação: divisão de brotos laterais
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