Com folhas grandes, a fatsia é perfeita para dar um toque tropical a jardins de regiões frias
TEXTO JANETE TIR | FOTOS VALERIO ROMAHN
Devido à exuberância de suas características, a fatsia (Fatsia japonica) ganhou status de planta ornamental. O destaque principal são as folhas, que medem até 40 cm de diâmetro, são espalmadas e formam uma roseta ao redor de um caule grosso e ereto. Além disso, apresentam de sete a nove lóbulos profundamente recortados, margens serrilhadas e coloração verde-brilhante.
O arbusto é originário das ilhas litorâneas do leste da Ásia – vem daí seu outro nome popular: arália-japonesa. O conjunto da planta lembra o formato de algumas espécies tipicamente tropicais. Isso torna a fatsia perfeita para dar um toque “mais quente” a jardins de regiões frias. E ela até gosta da situação, pois se adapta em temperaturas baixas – entre 8º C e 18º C –, suporta geadas, salinidade de litoral e poluição atmosférica.
A fatsia apresenta longas e eretas inflorescências que nascem nas pontas dos ramos. Elas são ramificadas, compostas por inúmeras e pequenas flores brancas dispostas de forma globosa e geram pequenos frutos negro-arroxeados muito apreciados pelos pássaros. Aliás, são eles os principais responsáveis pela dispersão das sementes, garantindo a perpetuação da espécie.
Nem todos os paisagistas gostam de usar a fatsia por conta das flores e frutos. Muitos até recomendam cortar os ramos florais para que a planta direcione toda sua energia para as folhas.
Como requer meia-sombra para se desenvolver, a fatsia também é indicada para ambientes internos. Isso contribui muito para o sucesso da espécie no paisagismo. Ao ar livre, ela cresce bastante – pode medir 3 m de altura por 4 m de diâmetro – e suas folhas adquirem textura coriácea (de couro) e coloração verde-escura. Já em vasos dentro de casa, não passa de 1 m de altura, apresenta folhas mais claras, com textura delicada, e raramente floresce.
Existem duas variedades de fatsia: a ‘Moseri’, que é mais compacta, de crescimento mais lento e com as nervuras das folhas amareladas; e a ‘Variegata’, cujas folhas apresentam manchas brancas ou creme concentradas nas margens.
Como plantar
A fatsia é rústica, mas gosta de solos férteis, úmidos e bem drenados. Uma mistura de partes iguais de terra vegetal, areia e adubo (esterco de curral curtido ou húmus de minhoca) – é o ideal para o seu bom desenvolvimento. Ela aprecia temperaturas baixas e, por isso, no Brasil, seu cultivo é indicado para as regiões de altitude do Sul e Sudeste. Quando cultivada em ambientes externos, deve ser protegida dos ventos frios e secos, que podem danificar suas folhas. Já dentro de casa, precisa receber pelo menos quatro horas de luz indireta todos os dias.
Durante o período de crescimento, a espécie deve ser irrigada moderadamente, apenas para manter o solo úmido. Para saber se a planta precisa de água, pegue um pouco do substrato com a mão e aperte. Se ele esfarelar, é preciso regar com urgência; se pingar água, a irrigação está excessiva e a raiz pode apodrecer; já se o solo ficar compacto, está perfeito.
Nos vasos em ambientes internos, o cuidado deve ser ainda maior, pois o substrato tende a secar mais rapidamente. O ideal é regar pouco, mas com frequência. Isso porque a umidade irregular do substrato pode levar à queda das folhas. Já a baixa umidade do ar favorece o ataque de ácaros.
A adubação de reforço deve ser iniciada entre quatro e seis meses após o plantio. Aplique mensalmente adubo líquido para folhagens – o produto é facilmente encontrado em casas especializadas – misturado com a água da rega.
A fatsia não requer podas, apenas a retirada de folhas secas ou danificadas. Porém, para controlar o crescimento, podem-se cortar algumas folhas no inverno. Podas drásticas são indicadas apenas para estimular a ramificação e assim obter novas mudas.
Fatsia em detalhes
- Nome científico: Fatsia japonica
- Nomes populares: fatsia e arália-japonesa
- Família: araliáceas
- Origem: leste da Ásia, Japão
- Características: arbusto semilenhoso composto por um caule que sustenta uma roseta com folhas grandes
- Flores: pequenas e brancas
- Folhas: medem de 15 cm a 40 cm de diâmetro. Têm coloração verde-brilhante e recortes profundos que formam de sete a nove lobos com margens denteadas
- Porte: 1,5 m a 3 m
- Plantio: em covas espaçosas com partes iguais de terra vegetal, areia e adubo de curral curtido ou húmus
- Luz: meia-sombra
- Solo: rico em matéria orgânica e bem drenado
- Clima: típica de clima temperado quente tolerante ao calor subtropical de altitude
- Regas: duas a três vezes por semana. O solo deve ser mantido sempre úmido
- Podas: no inverno, somente para limpeza das folhas secas ou para conter o crescimento
- Adubação: mensalmente adubo líquido para folhagens misturado à água das regas
- Reprodução: estaquia ou sementes