TEXTO: Edilson Giacon (Ciprest Mudas)
Um belo arbusto escandente, a primavera é uma planta muito especial, cheia de cores e que se destaca no paisagismo. São muitas as variedades, cores e formatos e cada uma pode atender a diferentes situações no jardim. Para não errar no cultivo, as primaveras (Bougainvillea hybrid) devem ser cultivadas sob sol pleno. E como gostam de estiagem, é no período sem chuvas que florescem mais. Uma dica para estimular a florada é promover podas, retirando cerca de 50% dos ramos principais e os mais fracos, adubando e irrigando em seguida para o fertilizante incorporar. Confira as variedades para cada situação:
PARA COBRIR ARCOS E CERCAS: as variedades de flores dobradas são perfeitas, porque fecham rapidamente, assim como a variedade roxa tradicional.
PARA FORMAR MOITAS: as primaveras aceitam muito bem podas e podem ser usadas no gramado ou em vasos até se tornarem lindas moitas. Plante a cor-de-rosa de folhas aveludadas, a melancia ou a vermelha. Mas fique atento, porque elas podem soltar galhos muito vigorosos.
Para conduzir como arvoreta, tutore a muda até 1,50 m. Deixe crescer uma a duas hastes até atingir 1,70 m e então pode os ponteiros para formar copa, mantendo o tronco sem rebrotas.
PARA CONDUZIR COMO ARVORETA: Opte pela primavera arbórea de flor lilás-escura ou a branca-africana.
PARA ÁREAS DE PASSAGEM: as espécies mais comuns devem ser evitadas por terem espinhos muito grandes e agressivos. Escolha as variedades sem espinhos: rosa-carioca ou primavera-anã (Bougainvillea Pink Pixie).
PARA FLOREIRAS: escolha as variedades de ramos pendentes e as de folhas variegadas, que se destacam bem no jardim. Uma boa sugestão é a primavera marmorizada carmesim.
VASO MIX: espécies cultivadas juntas no mesmo vaso, os chamados vasos mix, ficam lindas por meses, às vezes anos, decorando o paisagismo. Dá para misturar flores, folhagens e até frutíferas com forrações. Mas fique atento, porque num determinado momento elas devem perder o vigor, apresentando folhas amareladas ou mesmo sintomas do ataque de pragas e doenças. O motivo é simples: o espaço no vaso é limitado e uma hora esgota, assim como os nutrientes disponíveis. Folhas muito aglomeradas também são um prato cheio para os insetos que gostam de pouca circulação de ar. Mas calma que a solução é simples. Basta retirar o torrão do vaso com cuidado para não machucar as plantas e reduzir uns 10% do volume de terra da lateral e do fundo. Aproveite para retirar raízes tortas e enoveladas, retirar folhas secas e doentes e realizar alguma poda que se faça necessária. Plante num recipiente um pouco maior e complete com par te da terra retirada, acrescida de adubo de liberação lenta, na quantidade indicada pelo fabricante, e um punhado de húmus de minhoca.
TOME NOTA: faça isso em dias frescos, sem vento e sempre à sombra. Deixe o vaso por cerca de dez dias em local sombreado e protegido de vento. Nesse período, regue com frequência, tanto a terra, quanto as folhas.
O ESPECIALISTA
EDILSON GIACON tem mais de 40 anos de experiência na produção de espécies ornamentais, frutíferas, nativas e plantas em risco de extinção.
É proprietário da Ciprest Mudas e Plantas.