
Nativo do Brasil, o guaperê tem copa frondosa, raízes pouco agressivas e vai bem tanto no jardim quanto em áreas urbanas
TEXTO MARINA GABAI | FOTOS VALERIO ROMAHN
Se você quer uma árvore capaz de criar um cantinho bem sombreado no jardim, aposte na Lamanonia ternata. Ela tem copa ampla e caule cilíndrico, cheio de fendas, que confere à espécie um aspecto muito ornamental. Além disso, por contar com raiz pivotante – que cresce para baixo, e não para os lados –, pode ser cultivada sem o risco de danificar o encanamento da casa ou da piscina. Seu uso é, inclusive, recomendado para a arborização urbana, podendo ser plantada em praças públicas e até mesmo em calçadas largas, onde não haja fiação elétrica aérea.
Nativa da Bahia até o Rio Grande do Sul – com maior concentração em regiões de altitude elevada, como a Mata de Araucárias e a Serra da Mantiqueira – e também da Argentina e Paraguai, a espécie tem muitos nomes populares: guaperê, cangabicho, cangalheiro e guaraperê, entre outros. Vai bem em todo o país e, como seu crescimento é relativamente rápido, oito anos após o plantio já é possível desfrutar sua sombra.

Geralmente a Lamanonia ternata é plantada isolada, na parte mais alta do terreno, para que sob seus ramos seja montado um cantinho aconchegante com bancos. Mas há também quem prefira usar a proteção de sua copa para a prática de atividades ao ar livre, como piqueniques.
As folhas verde-escuras, que podem ter de três a cinco folíolos, se distribuem ao longo dos ramos acinzentados e, de outubro a dezembro, ganham a companhia de pequenas inflorescências brancas.
Poucos cuidados
O guaperê prefere solo úmido e bem drenado e, embora tolere ambientes sombreados, o ideal é cultivá-lo sob sol pleno. Seu porte máximo depende do clima da região. “No Nordeste, ele atinge de 12 m a 16 m. Já em regiões de solo mais fértil, pode medir até 30 m de altura”, explica a produtora Suzana Aleixo.
A espécie não demanda muitos cuidados, porém, nos primeiros meses após o plantio, é importante ficar atento ao surgimento de caules secundários e removê-los. “Sem a poda, o guaperê pode crescer em forma de touceira, com até cinco troncos finos”, explica Suzana.

Assim como acontece com todas as árvores, as regas são necessárias apenas até as raízes se estabelecerem. Em regiões de clima muito seco, no entanto, vale a pena molhar o solo no período de estiagem. A adubação com húmus a cada três ou quatro meses só é recomendada em áreas secas do Nordeste. No restante do país, ela é dispensável.
O Grupo Aleixo (www.grupoaleixo.com) vende mudas de guaperê com 50 cm a 90 cm por R$ 3,50.
Lamanonia ternata em detalhes
Nome científico: Lamanonia ternata
Nomes populares: guaperê, guaraperê, cangabicho e cangalheiro
Família: Cunináceas
Origem: Brasil, Argentina e Paraguai
Características: árvore de copa densa e tronco cilíndrico. Pode medir até 30 m, mas em regiões secas não passa dos 16 m
Folhas: são verde-escuras, formadas por três ou cinco folíolos e têm bordas serrilhadas. Parte delas cai no inverno
Flores: brancas, pequenas, delicadas e melíferas, surgem de outubro a dezembro, agrupadas em inflorescências
Frutos: pequenos e marrons, não são comestíveis. Surgem entre janeiro e fevereiro
Solo: arenoargiloso e bem drenado
Luz: sol pleno
Clima: a árvore é característica de climas tropical e subtropical, típica de regiões de altitude
Regas: só são necessárias em regiões secas, no período de estiagem, na fase inicial de crescimento
Plantio: abra um berço de 60 cm x 60 cm x 60 cm, acomode a muda e complete com uma mistura de partes iguais de terra do local e composto orgânico. Regue abundantemente
Adubação: só é necessária em terrenos muito secos. Aplique húmus de minhoca a cada três ou quatro meses
Podas: nos meses seguintes ao plantio, remova os caules secundários que surgirem ao redor do tronco principal
Reprodução: por sementes